Texto: O que eu quis ser quando crescida.
- Mariana Silva
- 13 de mai. de 2015
- 2 min de leitura
Fotografia: Lucas Jasper.
A sociedade sempre teve a inquietação de definir previamente a função de cada indivíduo. A velha e cruel pergunta “o que você quer ser quando crescer?” norteou toda a minha infância e adolescência. Sempre esperavam que aquela menininha magrela e de trancinhas respondesse - sorridente e confiante - alguma profissão promissora, mas para a reprovação da maioria eu não queria ser médica, advogada ou engenheira...
Quando me faziam tal pergunta, minha resposta era imediata: astronauta, Miss Brasil e jornalista. Mal sabia eu que o destino me levaria a muitos outros caminhos e que, na verdade, eu poderia ser o que eu quisesse. Que experimentar novas possibilidades seria a melhor forma de descobrir o que eu realmente me tornaria a ser.
Da Nasa não cheguei nem perto, participei do concurso Miss Baianinha e sou publicitária: bati na trave. Mas o importante é que eu vivi e fui bem feliz, e assim serei! Conheci pessoas, ri, chorei, errei bastante e tive a convicção de que cada vivência me ajudou a construir a pessoa que consigo ser hoje. E que ainda estou em construção. Entre trocas de fraldas, correria para chegar ao trabalho e - em seguida - voltar pra casa, conversas virtuais mais do que presenciais, aqui estou eu. Aqui estamos nós todos construindo nossas histórias, deliciosas de ler.
A necessidade extrema de pensar no futuro com a obrigação de já saber como traçá-lo, onde estudar, como proceder, quais amizades construir e quais contatos profissionais estabelecer é o caminho certo para a crise existencial. Apenas sejamos, vivamos e tenhamos bons “causos” para contar aos amigos em uma mesa de bar, sem muitos rótulos.
Antes de qualquer coisa, precisamos ser felizes e entender que o passado é importantíssimo, que o presente momento é singular, especial e tem grandes chances de trazer experiências inesquecíveis e que o futuro a Deus pertence, com a nossa coautoria. Sem opiniões formadas sobre tudo, sendo o que somos e nos aceitando como tal. O projeto de vida deve se fazer vivendo mesmo.
